|nº 137| Out/Nov 08

Nesta Edição » Administração » Conselhos consultivos na prática

Quando fala das prioridades do Conselho Consultivo do Plano 1, Antônio Gonçalves de Oliveira contextualiza as discussões sobre uso do superávit diante da crise mundial. Com relação ao papel do colegiado, o atual coordenador ressalta a preocupação da Diretoria em ouvir o Conselho, dele recolhendo subsídios para análise e eventuais decisões. Antônio está aposentado e preside o conselho deliberativo da Anabb.

Revista – Como atua o conselho?
Antônio Gonçalves – O Conselho Consultivo do Plano 1 se reúne a cada três meses, ocasião em que toma contato com as mais variadas informações e análises sobre o Plano. Recebemos um conjunto de dados muito bem sistematizados pelas equipes técnicas que mostram a situação do Plano naquele trimestre. Além disso, tratamos de vários outros assuntos ligados à PREVI propostos pelos conselheiros. A presença atenta de diretores e de técnicos, em todas as reuniões, demonstra que o Conselho pode efetivamente colaborar na gestão, trazendo as preocupações dos associados.

Revista – Quais são as prioridades atuais? O Conselho tem discutido a crise mundial e os impactos no Plano?
Gonçalves – Nossa pauta, certamente, inclui a atual crise mundial e seus impactos no Plano. Em tempos como este que estamos vivendo, devemos lembrar o verso de Paulinho da Viola: “faça como o velho marinheiro, que durante o nevoeiro, leva o barco devagar.” Assim, nossa prioridade absoluta é salvaguardar o barco, em respeito aos interesses dos associados, mesmo que se perca algum anel. Por exemplo: houve um truncamento nas negociações do superávit, pois os conselheiros eleitos entenderam, e evidenciaram essa visão em documento, que se deveria deixar para mais adiante qualquer conversa sobre o assunto. Seria uma postura quase surrealista insistirmos no tema da distribuição de recursos em meio à maior crise financeira mundial desde 1929. Por outro lado, temos como prioridade buscar o pleno envolvimento dos conselheiros nos assuntos referentes à crise e nos qualificarmos para que possamos atuar como órgão consultivo. É um Conselho novo, que só existe há dois anos, mas que tem muito potencial para colaborar, de forma responsável e consciente.

Revista – Como as sugestões do Conselho são levadas em consideração nas decisões da Diretoria? As propostas contribuem para a melhoria do trabalho das gerências? Há exemplos práticos?
Gonçalves – Em nossa ainda curta experiência – tomamos posse em junho passado – temos que destacar a preocupação da Diretoria em ouvir o Conselho, dele recolhendo subsídios para análise e eventuais decisões. Nossa função é consultiva, não envolve poder de execução nem de fiscalização. Com relação ao trabalho das gerências da PREVI, ao seu corpo permanente, devo ressaltar minha boa impressão quanto ao trabalho que é feito em cada uma delas. Enfatizo que é altamente estimulante esse contato entre os conselheiros e os quadros técnicos e gerenciais, pois há uma benéfica troca em que todos crescem e a PREVI ganha, administrativamente. Quanto mais esse cenário se enriquecer, novas propostas surgirão no mandato para o qual fomos eleitos.

Revista – De que maneira o participante pode acompanhar ou participar dos trabalhos do Conselho?
Gonçalves – Coloco à disposição dos associados meu e-mail – goncalves.antonio@ig.com.br – para que encaminhem propostas, dúvidas e comentários. Elas serão levadas para o coletivo dos conselheiros deliberativos ou para o setor competente, na própria PREVI ou outras instâncias. Se preferir, o associado também pode se dirigir à PREVI – Gabin/Conselho Consultivo que os documentos certamente nos chegarão às mãos. Somos plenamente a favor de processos participativos e da transparência.

Revista – Como os conselheiros são capacitados para melhor exercer suas funções?
Gonçalves – Existe uma definição estratégica que estimula o maior grau de capacitação dos conselheiros. Tenho a testemunhar que o patrocinador, o Banco do Brasil, designou para representá-lo no Conselho Consultivo colegas com bom currículo, experiência e vontade de colaborar. Com isso, o grupamento está bem harmônico, não se notando discrepâncias no padrão de eleitos e indicados. Mas a capacitação é uma preocupação permanente, com a nossa presença em cursos e congressos da Abrapp, do IBGC, da Apimec e de outras entidades. O ponto mais importante, contudo, é a forte interação com o corpo permanente da PREVI, com seus técnicos e gerentes, que são altamente qualificados. Outro aspecto que merece destaque é o fato de que os Conselhos Consultivos – do Plano de Benefícios 1 e do Plano Futuro – evidenciarão as características diferentes desses dois planos. Talvez estejamos ensaiando formas de melhor encaminhar a gestão dos planos da PREVI, que são diferentes, com públicos diversos e que, por isso, vão merecer acompanhamentos diferenciados. Essa será a maior contribuição dos Conselhos Consultivos quando estiverem a pleno vapor. 
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