PREVI - Relatório de Sustentabilidade 2009


Empresas e empreendimentos participados

Gestão e desempenho
Gestão de impactos ambientais

Empresas Participadas

Atualmente, 25 empresas participadas da PREVI (83% delas) desenvolvem ações voltadas para a melhoria do desempenho ambiental na cadeia de valor. Em geral, tais iniciativas pressupõem o engajamento e atuação conjunta com fornecedores, clientes e outros públicos que integram essa cadeia.

Entre as práticas mais recorrentes, estão o desenvolvimento e a exigência de conformidade legal de todos os fornecedores, especialmente os de bens e serviços considerados mais críticos para a atividade da empresa; a promoção de diálogos e eventos; e a avaliação do desempenho ambiental de produtos e serviços durante seu ciclo de vida.

Investir no aumento da eficiência de processos que envolvem obtenção ou processamento de recursos naturais não renováveis é outra iniciativa bastante difundida, realizada por 93% das participadas consultadas.

Diversos programas são implementados com o propósito de mitigar impactos ambientais, com foco em investimentos em inovações tecnológicas, programas de eficiência energética, reuso de água, melhoria constante de processos, estímulo do consumo consciente por parte dos públicos interno e externo e substituição de recursos naturais não renováveis por recursos renováveis.

Ainda que com menor adesão das empresas participadas, existem também programas de gerenciamento e/ou minimização dos impactos ambientais pós-consumo de seus produtos e serviços, praticados hoje por 50% das participadas consultadas. São destaque nesse caso os programas de coleta de resíduos específicos, como baterias, pilhas e óleos pesados; e a reciclagem de produtos pós-consumo.

Cerca de 90% das empresas realizam investimentos em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias, visando ao melhor equacionamento de aspectos críticos de sustentabilidade em suas operações. Os itens considerados, de acordo com as empresas, são a ecoeficiência na produção, desenvolvimento de produtos biodegradáveis, energias alternativas (principalmente biomassa e energia eólica) e criação ou aprimoramento de sistemas de controle ambiental.



Empreendimentos Imobiliários

De forma geral, diversas ações foram adotadas pelos empreendimentos nos últimos cinco anos visando melhorar as condições de acessibilidade e atender aos requisitos legais e às prescrições da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Mais da metade dos estabelecimentos com investimentos da PREVI respeita as normas estabelecidas quanto à acessibilidade, como o rebaixamento de guias, adaptação de toaletes, bebedouros, catracas, balcões e elevadores, instalação de botoeiras em braile em elevadores e em outros pontos, criação de rampas de acesso, entre outras adaptações.

O uso racional de água e energia elétrica é prática comum a todos os empreendimentos imobiliários com participação da PREVI. Mais de 90% deles realizam ainda iniciativas para redução do consumo de materiais e insumos, e promovem a coleta seletiva de resíduos, o reaproveitamento e o uso de materiais reciclados no dia a dia em suas atividades administrativas ou em obras nos imóveis.

No entanto, ainda não é prática comum entre os imóveis a presença de um comitê formal de sustentabilidade ou de um programa que integre todas as ações de responsabilidade socioambiental e de conscientização do público frequentador. Apenas 17% dos empreendimentos declararam possuir estruturas ou iniciativas como as citadas.




Gestão de pessoas

Perfil do público interno

No fim do período, as empresas e empreendimentos imobiliários com investimentos da PREVI contavam com 532.220 empregados em seus quadros funcionais, o que representa uma diminuição de 3% em relação a 2008.

Esse número considera os funcionários contratados com carteira de trabalho assinada e direitos trabalhistas assegurados de acordo com a CLT. Vale destacar, porém, que esse dado não considera o número de empregados de três grandes empresas participadas que não informaram o total de empregados em 2009. Em 2008, somente essas empresas empregavam mais 147.421 pessoas.

Entre as empresas participadas consideradas, as instituições financeiras foram responsáveis por aproximadamente metade dos postos de trabalho.

Os setores de alimentos, de telecomunicações e de máquinas e equipamentos elétricos também apresentaram grande representatividade em ambos os períodos.

Aproximadamente 43% dos empregados atuavam, em 2009, na região Sudeste do país.



Diversidade

A valorização da diversidade é um aspecto que requer contínua atenção das empresas. Ela é pressuposto fundamental para a criação de equipes capazes de lidar com diferentes pontos de vista. Essa característica potencializa as oportunidades de inovação e contribui para a velocidade de resposta ou possibilidade de antecipação às tendências do mercado. Para além dos limites das empresas, as iniciativas de valorização da diversidade são uma maneira de contribuir para a criação de oportunidades de inclusão de grupos sociais que historicamente enfrentam barreiras para acesso ao mercado de trabalho.

As ações de valorização da diversidade podem compreender políticas formalmente instituídas, de forma a colaborar com a criação de um clima organizacional em que as diferenças são acolhidas, assim como a criação de programas e ações afirmativas.

Das empresas participadas da PREVI, 19 (63% delas) declararam possuir processos e/ou procedimentos voltados para a valorização da diversidade. Já nos empreendimentos imobiliários, apenas 22% já lidam de alguma maneira com o tema.

Em 2009, as mulheres representavam 42% do total de empregados das empresas e empreendimentos imobiliários participados.

De maneira geral, a quantidade de homens é superior à das mulheres em todos os cargos, em ambos os períodos.

Em alguns setores, essa diferença fica ainda mais expressiva, como no setor de infraestrutura, metalurgia, autopeças/veículos e papel/celulose, todos com mais de 90% de empregados homens. Os setores em que há maior equilíbrio são os de telecomunicações e financeiro, nos quais as mulheres representam, em média, 45% do total de empregados. As holdings são as empresas nas quais a participação relativa das mulheres é maior (72%).

As menores participações relativas das mulheres ocorrem nos cargos do quadro executivo e gerência. Entre os dois últimos períodos, verificou-se significativo aumento da participação das mulheres em todos os cargos, exceto no quadro executivo, em que a presença de mulheres passou de 12% para 10% em 2009.

Atualmente, metade das empresas participadas conta com processos implementados para mapeamento do perfil de seu quadro de empregados, incluindo cor/raça. Dessas 15 empresas, apenas duas não consideraram a classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE e estabelecem processos que consideram o critério de autodeclaração.

Entre os empreendimentos imobiliários, o mapeamento do perfil dos empregados ainda não é uma prática comum. Apenas um empreendimento declarou realizá-lo, seguindo as definições do IBGE e o critério de autodeclaração.

A distribuição por cor/raça dos empregados das empresas e empreendimentos imobiliários pesquisados indica a predominância de empregados declarados brancos. Eles representam 68% do total de empregados considerados na análise no ano de 2009.

No período, os empregados negros (declarados pretos e pardos) representavam aproximadamente 28% do total, os amarelos 1%, e as pessoas que não declararam cor/raça 3%.

A distribuição dos empregados por cor/raça e cargo indica a predominância de pessoas declaradas brancas em todos os cargos, com diferenças ainda mais significativas para os cargos do quadro executivo e de gerência.

A cota para pessoas com deficiência, indicada em lei, é aplicada integralmente por nove empresas, o que representa 30% das pesquisadas. Outras seis empresas informaram ter firmado Termo de Ajuste de Conduta (TAC), devidamente acompanhado pelo órgão competente. As empresas que ainda não cumprem esta cota declararam esforços para tal e mencionaram acordos em andamento com órgãos do poder público, para análise de casos específicos.

Entre os empreendimentos, a lei de cotas para deficientes não é aplicável em 74% dos casos. Isso se dá pelo fato de muitos deles não atingirem o número mínimo de 100 funcionários para se enquadrarem no demandado pela lei.

Nos seis empreendimentos em que a cota é aplicável, quatro afirmam cumpri-la integralmente e um declara ter firmado termo de ajuste de conduta com o Ministério Público.

Remuneração

No ano de 2009, o montante pago em salários aos colaboradores das empresas e empreendimentos participados da PREVI totalizou aproximadamente R$ 23 bilhões. Destaca-se, em ambos os anos, a representatividade dos setores petroquímico e instituições financeiras.

Treinamento e desenvolvimento

O desenvolvimento de iniciativas para treinamento e desenvolvimento de seus empregados é uma prática de 78% dos empreendimentos imobiliários. Entre os treinamentos e provisões citadas, destacam-se os cursos de aperfeiçoamento profissional em diversos temas como atendimento/comunicação, desenvolvimento de lideranças, planejamento e organização, entre outros; e bolsas para cursos de graduação.



Relação com as comunidades

Empresas Participadas

O desenvolvimento de programas e iniciativas para avaliar os impactos das operações das empresas nas comunidades locais é uma iniciativa presente em 83% das empresas participadas.

Estas avaliações ocorrem em sua maioria (em 63% das empresas) durante as atividades da empresa na região, por meio de iniciativas de diálogo. A realização de avaliações antes do início das operações é prática de 57% das empresas consultadas, e apenas sete empresas (que representam 23% do total) realizam avaliações para prever o impacto do encerramento das atividades na região.

No geral, estas avaliações são de natureza ambiental - para mitigar riscos diversos e preservar os ecossistemas envolvidos, como de natureza socioeconômica -, no sentido de compreender de que forma as atividades da empresa afetarão ou afetam a realidade local.


Empreendimentos Imobiliários

Entre os empreendimentos imobiliários, 35% dos que responderam ao questionário possuem programas e iniciativas para avaliar impactos nas comunidades do entorno. A prática mais comum é a avaliação durante as operações na região, por meio de diálogos com representações da comunidade. Apenas 13% dos empreendimentos realizam essas avaliações antes do início das suas atividades.

Os principais aspectos considerados nessas iniciativas são segurança, trânsito e fluxo de veículos na região e impactos sobre o comércio local.




Investimento Social Privado

A realização de investimentos em iniciativas de ação social como uma forma de contribuição para a sociedade é uma prática comum das empresas e empreendimentos nos quais a PREVI tem participação acionária. Até o 3º trimestre de 2009, o montante aplicado em projetos desta natureza totalizou R$ 378,7 milhões. Desse montante, 52% são provenientes de incentivos fiscais e 48% de recursos próprios das empresas. Já no ano de 2008, o total investido de R$ 510,6 milhões foi em sua maioria (54%) oriundo de recursos próprios.

Esses investimentos são realizados de maneiras distintas e com diferentes níveis de envolvimento, que vão desde programas e projetos socioambientais geridos pelas organizações até repasse para fundações e instituições, doações e patrocínios.

Os setores de energia elétrica, instituições financeiras e telecomunicações foram responsáveis pela maioria dos investimentos sociais realizados em 2009. Somaram 91% do valor total destinado a projetos sociais, culturais, ambientais, esportivos e educacionais.

Informações a respeito desses projetos podem ser obtidas diretamente com as empresas e empreendimentos, em seus relatórios e balanços sociais ou sites na Internet.




Impostos

O valor total de impostos, taxas e contribuições, expurgados os subsídios, que foram pagos pelas empresas e empreendimentos participados somou aproximadamente R$ 94 bilhões em 2009, considerado apenas o período até o 3º trimestre do ano.




Aspectos setoriais de sustentabilidade

Ainda que a atenção e o olhar dados às questões de sustentabilidade tenham evoluído de maneira contundente em todos os mercados, setores e países, as estratégias utilizadas pelas empresas nesta área ainda são muito diversificadas e por vezes até fragmentadas. Falta, em muitos casos, uma abordagem que supere o simples ato do investimento social, e que traga as questões mais críticas de sustentabilidade de cada setor para o cerne estratégico de decisão de negócios.

Entre as empresas com investimentos da PREVI, aquelas pertencentes ao setor financeiro são as que demonstraram possuir maior abrangência em suas estratégias de sustentabilidade. É comum, neste setor, a adesão a pactos e certificações internacionais relacionados às questões sociais e ambientais mais urgentes do sistema global, tal como a adoção de critérios e princípios socioambientais na gestão de investimentos e riscos.

Neste setor também foi identificada uma forte atuação em processos de governança, promoção da inclusão bancária ou financeira e o desenvolvimento de processos relacionados à emissão de GEE e sua redução.

Um segundo setor onde se identificam estratégias relevantes é o energético. As empresas deste setor vêm trabalhando as questões de sustentabilidade como critério ou premissa para seus processos de planejamento estratégico. E, em termos de abordagem setorial focada, a busca de fontes alternativas de energia, de racionalização no uso da energia elétrica e de mudanças na matriz energética em suas regiões é, sem dúvida, um modelo adotado por todas elas.

Nas empresas do setor petroquímico, foi comum a referência à adoção de novos modelos de gestão, caracterizados pela inclusão da sustentabilidade como premissa de atuação.

Nos demais setores em que atuam as empresas participadas, há pouca ou nenhuma coesão setorial na abordagem dada à sustentabilidade. Em muitos casos, isto se dá pelo fato de que apenas uma empresa de determinado setor é abrangida por este relatório.

Ainda assim, vale ressaltar algumas das questões que vêm sendo enfocadas por essas empresas, tais como o envolvimento da quase totalidade delas no desenvolvimento das comunidades onde atuam. Esse processo ocorre por meio de ações de investimento social, da promoção do voluntariado e do maior envolvimento da empresa com as questões latentes de cada comunidade.

É também bastante abrangente o cuidado que vem sendo dado às questões ambientais. Desde programas de reciclagem, gerenciamento de resíduos e programas de educação ambiental até, em alguns casos, a elaboração de inventários de emissões de GEE e de desenvolvimento de programas de redução dos níveis de emissões.

Ainda que as questões ambientais venham ganhando um foco especial nos últimos anos, a maioria das empresas participadas mostra uma tendência a focar seus investimentos em ações sociais, em especial aquelas de foco externo, direcionadas para as comunidades em que atuam. Raras foram as menções a programas de promoção da diversidade na força de trabalho, ainda que muitos tenham sidos os programas descritos com foco em capacitação dos colaboradores.

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