|nº 134| Jul 08

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Uma rara oportunidade

Encontro de Conselheiros discute experiências e boas práticas de gestão, além da internacionalização das empresas brasileiras


Compartilhar experiências e boas práticas de gestão corporativa é o objetivo do Encontro de Conselheiros, que reúne anualmente os representantes dos conselhos de administração das empresas nas quais a PREVI participa.  

O processo de internacionalização das empresas brasileiras foi o tema principal do Encontro deste ano, realizado de 18 a 20 de junho em Costa do Sauípe.  

Ao longo dos três dias, os conselheiros assistiram a apresentações e participaram de debates sobre economia, gestão e governança com consultores, empresários, executivos e acadêmicos. “Essa é uma reunião de trabalho rara, pela possibilidade de concentrar tantas informações e trocas de experiências”, definiu o diretor de Participações da PREVI, Joilson Ferreira, na noite de abertura.

O tema central do Encontro, a internacionalização, rendeu, segundo o vice-presidente de Planejamento Estratégico da Embraer, Satoshi Yokota, uma “verdadeira aula magna” apresentada pelo professor português José Santos, do Instituto Europeu de Administração de Negócios (Insead). Santos explicou a importância das diferenças culturais na gestão, e o processo de internacionalização como uma nova forma de organização que alcança e integra várias nações. Afirmou ainda que a globalização proporciona a colaboração, integração e a troca de experiências.  Quanto mais global for o mundo, mais importantes serão as diferenças entre as nações. Para o professor, o gestor deve buscar o que há em cada país de especial e útil para a organização.  

No caso das companhias brasileiras, a internacionalização é um processo que pode se dar de diversas maneiras, seja por aquisição de empresas no estrangeiro, seja pela ampliação da base de clientes no exterior, ou, ainda, por ações negociadas em bolsas de outros centros econômicos. “Para crescer e ter competitividade no exterior, as empresas brasileiras alinharam-se a padrões elevadíssimos de governança corporativa, de responsabilidade socioambiental e de adequação de sua estrutura de custos”, afirma Sérgio Rosa, presidente da PREVI.

Conseqüência desse processo, a padronização e a convergência das normas contábeis com as regras internacionais foram apresentadas por Roberto Bertholini, da Directa Auditores, e pelo professor e pesquisador da Fundação Instituto de Pesquisa Contábil, Atuarial e Financeira (Fipecafi), Eliseu Martins, que frisou a necessidade de atualização dos profissionais brasileiros face à nova realidade.

Outros temas atuais e fundamentais para a boa gestão e transparência foram também discutidos no Encontro. O grau de investimento, atribuído ao Brasil recentemente, e as implicações e conseqüências que tal classificação de risco rende ao país foram o tema apresentado pelo ex-presidente do Banco Central Carlos Langoni. Renato Chaves, ex-diretor de Participações da PREVI, falou sobre o Proxy Statement, o manual para participação em assembléias de acionistas. “Explicar antes facilita a aprovação em assembléia”, afirmou Chaves, que recomendou ainda aos Conselheiros que “atuem no sentido de sensibilizar as empresas onde estão presentes para que utilizem ou aprimorem o manual para participação em assembléias”. Ao fazer uma apresentação sobre o cenário macroeconômico brasileiro, o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Márcio Pochmann, alertou os conselheiros sobre o longo trabalho que todos, brasileiros, temos pela frente.  

Valorização dos ativos é missão da PREVI

Segundo o presidente da PREVI, Sérgio Rosa, a visão de longo prazo está no DNA dos fundos de pensão e valorizar os ativos é a missão e o espírito da PREVI. “Devemos buscar um ambiente economicamente saudável, por meio da valorização das empresas nas quais a PREVI têm participação”, afirmou Rosa, que considerou o Encontro “muito produtivo, pelo altíssimo nível de informação, percepção e convergência de sentimentos, para melhorar nossas empresas e a PREVI”.

 “Além dos aspectos financeiros, econômicos, racionais, aspectos culturais e até emocionais também pesam no sucesso de um projeto, de um negócio, de uma nação. Não adianta buscar a via de internacionalização se não tiver os pés bem fincados no mercado interno. A PREVI participa hoje de empresas que já atuam no exterior e de empresas que têm potencial para ir ao exterior. O Encontro tem por objetivo capacitar melhor os conselheiros para avaliar a eventual internacionalização das empresas”, concluiu Rosa.