|nº 143| Ago 09

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O risco

A incerteza é um fator importante em qualquer decisão que envolva investimentos e expectativas futuras de retorno, especialmente no caso da Renda Variável. E quando essa incerteza pode ser medida matematicamente, ela tem o nome de risco. Enxergar o risco estatisticamente é um bom sinal e faz parte do jogo. Signifi ca que, em tese, é possível mensurar parte da incerteza.

São vários os instrumentos estatísticos que ajudam a medir riscos. Mas a medida matemática que estipula um tipo de risco é um olhar retrospectivo. Os números agregam e desagregam fatos históricos. Eles podem indicar um padrão, um comportamento previsível, um cenário, uma projeção, mas não poderão predizer o futuro.

Operações com ativos como são os da Renda Variável sempre são realizadas sem que exista certeza absoluta quanto ao retorno, aos ganhos sobre o que foi investido. É grande a quantidade de fatores presentes para se apurar, por exemplo, o preço justo da ação de uma empresa: comportamento dos consumidores, qualidade dos fornecedores, disponibilidade de matéria-prima, estabilidade dos marcos de regulação, situação dos mercados internacionais, comportamento do câmbio e tantos outros. O risco é a probabilidade de ocorrência de um acontecimento que altere o retorno esperado para os investimentos.

A negociação de ações é, portanto, tarefa de risco. Ainda mais quando o que está em jogo são carteiras grandes. A PREVI tem os instrumentos, as políticas de investimento e a experiência necessária para fazer essas avaliações em uma escala maior.

Mesmo assim a recente crise econômica mundial demonstrou claramente os limites de análises de risco formuladas por diversos agentes, das agências de risco aos bancos de investimento. Nem os mais sofi sticados instrumentos foram capazes de detectar, com precisão, acontecimentos que abalaram algumas das principais economias do mundo desenvolvido.

Oscilações e longo prazo

O longo prazo tende a ser a forma correta de minimizar o impacto das oscilações de preços da Renda Variável. O exemplo abaixo retrata os melhores e piores resultados do índice Dow Jones, da bolsa de valores dos Estados Unidos, entre 1921 e 2008, calculados para “janelas móveis” de três, cinco, dez e 20 anos. É um cálculo matemático que não traz informações sobre o contexto, mas nos ajuda a entender a avaliação do risco da Renda Variável.

A ideia de ir buscar longe esse exemplo foi a de ter como pano de fundo uma economia na qual o mercado de capitais, apesar das grandes crises, já está mais consolidado. Não houve nesse período, por exemplo, surtos inflacionários que distorceriam indicadores.

Quando olhamos os investimentos em ações com foco no longo prazo, vemos que, no caso do Dow Jones, a volatilidade se reduz, à medida que o tempo passa. A volatilidade aqui são os extremos de perdas e ganhos. Para o prazo de um ano, o melhor retorno no período foi de 67%. Em contrapartida, um investidor também poderia amargar perdas de 53%. Esses extremos vão se reduzindo. Ou seja, o risco dos grandes impactos negativos sobre o patrimônio também se reduz com o tempo.

Índice Dow Jones / Retornos por fechamento do ano / Período: 1921 – 2008
Com base na análise do gráfico, um participante que pretenda aposentar-se daqui a dez anos, ao alocar recursos em investimento de renda variável poderia ter uma rentabilidade positiva máxima de 16%, mas correria o risco de uma redução de 6% nos valores investidos. se faltassem apenas três anos para a aposentadoria, os recursos em renda variável poderiam render 34% nesse período, mas com o risco de apresentar uma perda de 38%. ou seja, quanto menor o prazo, maiores as variações positivas e negativas.

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