Responsabilidade socioambiental em investimentos

Responsabilidade socioambiental em investimentos
GRI 102-12, 102-13, 412-3, FS1, FS2, FS3, FS5, FS11, FS15, 103 | 419

A Previ conta com uma Política de Responsabilidade Socioambiental (RSA) com determinações e diretrizes sobre o tratamento de temas ligados ao investimento responsável e à sustentabilidade, e que abrange temas como governança, gestão de pessoal, relação com fornecedores e relação com associados. Seus princípios passam pela disseminação de boas práticas de governança corporativa; respeito aos direitos humanos e à diversidade; promoção da equidade no ambiente empresarial; responsabilidade no uso dos recursos naturais e mitigação de impactos ambientais; e o combate a desvios de conduta ética e a práticas de corrupção, extorsão e propina.

Outros documentos complementam a Política de RSA, como o Guia de Melhores Práticas de ASGI em Investimentos, lançado em 2018, o Código Previ de Melhores Práticas de Governança Corporativa, o Guia Previ de Melhores Práticas de Governança Corporativa para Conselheiros – ambos passaram por revisões em 2018 –, o Guia de Orientação ao Síndico e o Código Previ de Governança Corporativa em Empreendimentos de Base Imobiliária. Todos esses documentos estão disponíveis ao público no endereço http://www.previ.com.br/investimentos/governanca/manuais-e-codigos/.

As companhias da carteira de participações são submetidas a pesquisas sobre gestão de riscos e de sustentabilidade e avaliação de relatórios, balanços e demais documentos públicos sobre suas atividades. A avaliação das empresas e demais ativos nos quais a Previ mantém investimentos passou a incluir, em 2017, critérios de integridade e transparência. O rating de governança, instrumento interno que mensura a sustentabilidade dos investimentos também analisa as práticas das empresas participadas em relação aos temas ASGI e de que forma essas empresas divulgam essas práticas. No segmento de private equity, a contratação de prestadora de serviços de auditoria e avaliação a valor justo das investidas é realizada pelo administrador, a partir da deliberação dos cotistas, considerando a idoneidade, a credibilidade e a qualidade técnica das empresas, além de observar o princípio de economicidade.

As diretrizes para os votos dos conselheiros nas empresas participadas sobre questões ambientais ou sociais são aprovadas pelo diretor de Participações e implementadas por meio da elaboração de um documento denominado "Posicionamento de Voto". Os aspectos básicos cobertos relacionam-se aos temas ambientais, sociais, de governança corporativa e de integridade. Não existe uma política de voto formalmente estabelecida nem legislação acerca de diretrizes para o voto, mas os posicionamentos de voto são elaborados no melhor interesse das companhias, baseados nos princípios e recomendações do Código Previ de Melhores Práticas de Governança Corporativa, com apoio da Assessoria Jurídica. GRI FS12

Em 2018, a Diretoria de Participações fez um levantamento das lacunas de informações sobre aspectos ASG (ambientais, sociais e de governança) relevantes nos relatos das empresas participadas. O trabalho resultou na consolidação dessas lacunas, comunicadas por meio de cartas enviadas a cada uma das participadas, para que passem a considerar o fornecimento dessas informações ao mercado nos próximos relatos – de forma a aprimorar a gestão das questões ASG e a comunicação dos geradores de valor de longo prazo.

Em seu relacionamento com gestores de fundos, a Previ incentiva que a promoção de negócios ocorra em ambiente de integridade, por meio de ações de prevenção e combate a atos ilegais, ilegítimos ou de corrupção. Os fundos investidos pela Previ passam por uma avaliação semestral, com o acompanhamento dos princípios de RSA promovidos pelas empresas investidas e seu relacionamento com prestadores de serviços. O desafio para 2019 é, a partir das informações levantadas para o rating de avaliação dos ativos, adotar uma metodologia para quantificar, em termos financeiros, os ganhos decorrentes da gestão de sustentabilidade praticada pelas empresas investidas.

Quanto aos investimentos em empreendimentos imobiliários, a Entidade busca ativos que demonstrem, entre outros atributos, o incentivo a um programa de gestão ecoeficiente e a adoção de aspectos de RSA no processo de avaliação de seus locatários. O tema da integridade também foi incorporado ao Guia de Orientação ao Síndico, que passou a abordar pautas como o combate à corrupção, ao trabalho análogo ao escravo e à exploração de menores.

Em 2018, a Previ permaneceu atuante em iniciativas externas, nacionais e internacionais, de promoção de responsabilidade socioambiental e governança entre investidores institucionais. Em dezembro, a Previ anunciou um termo de compromisso com a BNDESPar, sociedade de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e os fundos de pensão Petros (Petrobras), Valia (Vale) e Real Grandeza (Furnas) para analisar em conjunto os critérios socioambientais e de governança adotados pelas empresas em que investem.

A Entidade ainda obteve o Selo de Autorregulação em Governança de Investimentos, concedido pela Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp) a investidores reconhecidos pela transparência em seus processos de governança de investimentos e pela adoção de práticas que fortaleçam o relacionamento com seus stakeholders. Desde 2017, a Previ é signatária do Código de Autorregulação em Governança de Investimentos promovido pela Abrapp, pelo Sindicato Nacional das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Sindapp) e pelo Instituto de Certificação Institucional e dos Profissionais de Seguridade Social (ICSS).

A Previ ainda se manteve como signatária dos Princípios para o Investimento Responsável (PRI), organização internacional apoiada pela ONU; dos Princípios de Responsabilidade Socioambiental da Abrapp; e do Instituto Ethos, que busca mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a gerir seus negócios de forma socialmente responsável. Pela primeira vez desde a criação dos princípios, a Entidade não conseguiu eleger um representante para o board do PRI, mas continuou a participar dos encontros e debates promovidos pela iniciativa. Ainda em 2018, foi acordado que em função da sua relevância, a Previ lideraria, em 2019, um grupo de trabalho da rede local de signatários do PRI sobre Políticas de Integridade nos Negócios.

Adesão à Just Transition

A Previ anunciou oficialmente em novembro de 2018 que vai apoiar a Just Transition, movimento internacional para promover princípios, processos e práticas que contribuam para a transição rumo a uma economia mais justa, inclusiva e menos agressiva ao meio ambiente e à sociedade. Entre os conceitos trabalhados pela iniciativa, estão a regeneração dos recursos naturais, o trabalho cooperativo, o bem-estar ecológico e social como propósito e a promoção de valores democráticos. Instituições como a Climate Justice Alliance (CJA), a Organização Internacional do Trabalho e o Acordo de Paris já declararam apoio às diretrizes da Just Transition, que passarão a influenciar a abordagem da responsabilidade socioambiental nos investimentos da Previ.

Impactos econômicos indiretos significativos GRI 102-15, 203-2

A Previ busca identificar os impactos econômicos indiretos significativos de suas atividades por meio do aprimoramento contínuo da mensuração de mudanças em fatores sociais, econômicos e ambientais de alta relevância. Entre as mudanças mais importantes a serem consideradas e seus respectivos impactos (positivos e negativos), destacam-se:

Mudanças sociais, econômicas e ambientaisImpactos positivosImpactos negativos
Mudanças na produtividade de organizações, setores ou da economia como um todoOs investimentos da Previ em ativos mobiliários e a participação na governança das mais relevantes companhias brasileiras contribuem para o desenvolvimento do mercado de capitaisCrescimento do consumo de produtos supérfluos; deterioração das condições de trabalho; redução da qualidade dos produtos
Desenvolvimento econômico em áreas com alto índice de pobrezaMelhora das condições de vida das famílias; aumento no nível de emprego e rendaAumento das desigualdades sociais; aumento da poluição
Impacto econômico da melhoria ou deterioração das condições sociais ou ambientaisMelhora das condições sociais causa aumento da produtividade do fator trabalhoAumento da criminalidade; aumento dos custos de manutenção de sistemas de tratamento de resíduos
Disponibilidade de produtos e serviços para pessoas de baixa rendaMelhora das condições de vida das famíliasAumento do endividamento e comprometimento da renda
Fortalecimento das habilidades e conhecimentos de uma comunidade profissional ou em uma região geográficaAumento da produtividade do fator trabalhoDesequilíbrios na dinâmica do mercado local
Número de postos de trabalho oferecidos na cadeia de valorRedução do nível de desemprego; estruturação de cadeias produtivasPiora das condições de vida em função do aumento da concentração populacional em determinadas localidades
Estímulo, viabilização ou restrição a investimentos externos diretosMelhora das condições de infraestrutura; melhora da logística e integração entre os modais; melhora das condições econômica, sociais e ambientais; redução dos custos de transporte; aumento no nível de emprego e rendaDeterioração das condições de infraestrutura; piora das condições econômica, sociais e ambientais; redução do nível de emprego e renda; fragilização da logística e da integração entre os modais; aumento dos custos de transporte
Impacto econômico do uso de produtos e serviçosMelhora das condições de vida das famílias; aumento no nível de emprego e renda; uso do App Previ facilitando a comunicação e reduzindo custosAumento do consumo de produtos supérfluos

Riscos e oportunidades advindos das mudanças climáticas GRI 102-11, 201-2

A matriz de atratividade setorial empregada nas estratégias de investimento da Previ considera impactos negativos e oportunidades ligados ao tema das mudanças climáticas. A matriz analisa os setores econômicos nos quais a Previ investe em três dimensões: empresarial, setorial e sistêmica. Nesta última dimensão, são abordados o risco ambiental decorrente da atividade do setor estudado, o nível de protecionismo comercial internacional dos principais produtos e serviços e o risco legal, relacionado a potenciais mudanças em regulações e leis no setor em questão.

A Previ analisa constantemente novas oportunidades de negócios por meio de estudos prospectivos. Esse tipo de análise contribui para reduzir as incertezas e enxergar possíveis tendências, além de abordar a sustentabilidade dos setores no longo prazo e a possibilidade de surgimento de novos setores. Como exemplo, o Brasil se comprometeu (no Acordo de Paris) em reduzir 37% os efeitos de emissões de gases do efeito estufa até 2025. Para isso, o país aumentaria a participação em bioenergia sustentável na matriz energética para 18% até 2030, bem como, aumentaria a participação em energias renováveis. A antecipação dessas tendências abre oportunidades importantes para a evolução de longo prazo da matriz setorial na qual a Previ investe.