Cenários Econômicos
Julho de 2017
O Boletim Cenários Econômicos é um relatório periódico que tem como objetivo informar aos participantes da PREVI sobre os principais acontecimentos e atualizações referentes à conjuntura econômica. Também são expostas projeções realizadas pelo mercado, provenientes de fontes públicas.
Alterada a meta de inflação para 2019 (Dados coletados até 30/06/2017)
O Conselho Monetário Nacional (CMN), em reunião extraordinária, decidiu pela redução gradual da meta de inflação. Atualmente situada em 4,5%, patamar inalterado desde 2006, a meta passará para 4,25% em 2019 e 4,0% em 2020. Também foi decidido alterar o prazo de revisão da meta de 2 para 3 anos. Segundo o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, as decisões tomadas pelo CMN permitirão balizar as expectativas de inflação para horizontes mais longos e ancorá-las em níveis mais baixos. Dessa forma, será possível buscar juros de longo prazo mais baixos, podendo aumentar a resiliência da economia a fatores conjunturais.
Estados Unidos (Dados coletados até 30/06/2017)
FOMC eleva juros em 0,25pp e divulga plano de normalização do Balanço do FED. Porém inflação ainda é risco. Em reunião do Federal Open Market Committee (FOMC), realizada no dia 14/06/17, o Federal Reserve (FED), Banco Central dos Estados Unidos, elevou a taxa de juros (FedFunds) em 0,25pp (pontos percentuais), agora situada no intervalo de 1,00% a 1,25% a.a., em linha com seu plano gradual de normalização das taxas de juros. Além disso, foi divulgado o plano de diminuição do seu balanço (FED Balance sheet), que acumula ativos desde o período pós-crise de 2008 para aumentar a liquidez e impulsionar a recuperação da economia americana. A intenção do FED é reduzir gradualmente o estoque de seus ativos ao estabelecer limites para o montante a ser resgatado, com reinvestimentos somente do principal que ultrapassar estes limites. O plano de redução do balanço não deve ter impactos muito relevantes nas condições de liquidez mundiais, visto se tratar de um programa de longo prazo e gradualista.
Em relação aos próximos movimentos de política monetária, diminuiu a probabilidade de novos aumentos dos juros ainda este ano por dois motivos: 1) Dados menos favoráveis da inflação nos últimos períodos. O Consumer Price Index (CPI), índice de preços ao consumidor (vide gráfico), vem desacelerando para patamar inferior à meta de inflação de 2% observada pelo FED; 2) Instabilidade política do governo Trump aumentou a dificuldade de implementar medidas de estímulos fiscais.
Zona do Euro (Dados coletados até 30/06/2017)
Reunião do Banco Central Europeu. O Banco Central Europeu (BCE), em sua última reunião realizada em junho, decidiu manter inalteradas as taxas de juros. O comunicado da instituição enfatizou que, apesar do maior crescimento da atividade econômica na zona do euro, a inflação pode demorar um pouco mais para alcançar a meta de 2% estipulada pelo BCE. Segundo o presidente da instituição, Mário Draghi, o choque de preços das commodities e a elevada ociosidade no mercado de trabalho, apesar das evoluções na região, são os principais responsáveis pela contenção do nível de preços, o que torna necessária a manutenção da política de estímulos monetários.
Dado esse conjunto de fatores, o BCE elevou a projeção para o PIB de 2017 e dos próximos anos, enquanto que a estimativa de inflação sofreu leve diminuição.
Fonte: BCE, elaborado pela PREVI
Inflação (Dados coletados até 14/06/2017)
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou 0,31% em maio. A energia elétrica influenciou o aumento da inflação de maio em relação ao mês anterior, já que com a retirada do desconto sobre cobranças indevidas, as contas aumentaram 8,98%, enquanto que, em abril, tinham recuado 6,39%.
A energia elétrica também terá forte influência no resultado mensal de junho em razão do acionamento da bandeira verde, provocando queda nas contas de luz. Da mesma forma, a queda no preço dos alimentos e dos combustíveis poderão contribuir para uma inflação mais baixa.
Fonte: IBGE e Banco Central, elaborado pela Previ
Política Monetária (Dados coletados até 01/06/2017)
Copom mantém ritmo de queda da taxa básica de juros (SELIC) e indica que pode diminuir a intensidade da redução na próxima reunião. Em reunião realizada no dia 31/05/2017, o Banco Central diminuiu em um ponto percentual a taxa de juros básica da economia de 11,25% para 10,25%, em linha com nossas expectativas. A quinta queda seguida foi justificada pela desaceleração da inflação mesmo diante do aumento das incertezas quanto ao avanço das reformas e a instabilidade política observada dias antes da decisão. Apesar disto, esta elevação no risco não foi desprezada pelos participantes do COPOM, que indicaram em comentários que é possível a redução do ritmo de redução caso o cenário de incerteza persista.
Fonte: Banco Central, elaborado pela PREVI
Atividade Econômica (Dados coletados até 01/06/2017)
A economia brasileira, após oito trimestres de queda, avançou 1% no primeiro trimestre de 2017 em relação ao quarto trimestre de 2016. O resultado veio pouco acima das projeções do mercado (0,9%). No entanto, na comparação com o mesmo período do ano anterior, houve uma queda de 0,4%. O resultado do primeiro trimestre do ano foi influenciado pela contribuição positiva da produção agrícola, que teve crescimento de 13,4% em relação ao período anterior. A indústria registrou uma alta de 0,9% e o setor de serviços não apresentou evolução no período.
Ainda não foi observada uma retomada sustentável pelo lado da demanda. Os indicadores de crédito e do mercado de trabalho ainda são fracos. Assim o consumo das famílias retraiu 0,1%, enquanto os investimentos recuaram 1,6%.
O aumento da incerteza no ambiente político pode frear o processo de retomada da atividade econômica com a diminuição dos investimentos e do consumo. A melhora na taxa de desemprego prevista para o segundo semestre pode ser adiada. Além disso, apesar da perspectiva positiva para o setor agropecuário, o efeito do bônus desse segmento sobre o PIB será menor nos próximos períodos, uma vez que o primeiro trimestre é mais favorável ao desenvolvimento das principais culturas, como o milho e soja.
Fonte: IBGE, elaborado pela PREVI
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O presente boletim, de caráter informativo, foi produzido com base em dados publicamente divulgados. A PREVI não declara, tampouco garante, de forma expressa ou tácita, que tais dados sejam imparciais, precisos, completos ou corretos. Cenários, análises, projeções, prognósticos e estimativas com base em tais dados estão sujeitos a riscos e incertezas e podem ser, ainda, e a qualquer momento, prejudicados, desconsiderados e descartados, até mesmo como decorrência, por exemplo, de mudanças na conjuntura nacional e/ou internacional, divergências nos critérios e métodos interpretativos e/ou nos fatores de riscos sistêmicos e/ou associados a alterações geopolíticas, políticas, econômicas, sociais, legislativas ou regulatórias. Este boletim não deve, em nenhuma circunstância, ser considerado como indicação, orientação, recomendação ou fonte para tomada de decisões. Compete a cada leitor realizar pesquisas, estudos e análises devidas. Qualquer eventual decisão ou ação é de sua exclusiva responsabilidade, não podendo a PREVI, em nenhuma hipótese, ser de qualquer forma responsabilizada, inclusive, por qualquer perda ou dano, direto ou indireto. A PREVI não assume qualquer compromisso ou obrigação, inclusive de revisar, atualizar ou complementar este boletim. A reprodução, divulgação, distribuição ou compartilhamento não expressamente autorizado deste boletim, ou de qualquer parte dele, sujeitará o infrator às penalidades legais.
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