Investimentos

Cenários Econômicos

02/02/2018

Fevereiro de 2018

 
O “Boletim Macroeconômico” é um relatório periódico que tem como objetivo informar aos participantes da Previ sobre os principais acontecimentos e atualizações referentes à conjuntura econômica. Nesse relatório também são expostas projeções realizadas pelo mercado, provenientes de fontes públicas.

 

Inflação (dados coletados até 08/02/2018)

 

Em janeiro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou crescimento de 0,29%. Esse percentual é o menor para meses de janeiro desde 1994. Nos últimos doze meses, o índice acumula alta de 2,86%.

Período

IPCA

Janeiro/18

0,29%

Dezembro/17

0,44%

Acumulado 12 meses

2,86%

 

Fonte: IBGE

 

Os grupos Alimentação e Bebidas (+0,74%) e Transportes (+1,10%) foram os que apresentaram maiores variações positivas, enquanto os grupos Habitação (-0,85%) e Vestuários (-0,98%) as maiores variações negativas. No grupo Alimentação e Bebidas, o item alimentação para consumo em casa (+1,12%) foi a que teve maior elevação, em detrimento do item alimentação consumida fora de casa, que subiu apenas (+0,06%). No grupo Transportes, o item combustíveis (+2,58%) foi o que mais cresceu. A gasolina aumentou 2,44% e o etanol subiu 3,55%.

Dos grupos que apresentaram as maiores variações negativas, o grupo Habitação, cujo peso representa 16% do índice geral, registrou uma queda (-0,85%), em função do recuo das contas de energia elétrica, que caíram 4,73% em média no mês devido ao fim da cobrança da bandeira vermelha patamar 1, sendo este o fator principal para o recuo da inflação no período mensal.

 

IPCA_atualizacao.jpg

Fonte: IBGE

 

Para 2018, as projeções do Banco Central dão conta de que haverá reversão do comportamento tanto dos preços administrados quanto dos preços livres, ao contrário do que ocorreu em 2017. A tendência é de que os preços administrados, que são estabelecidos por contrato ou por órgão público, apresentem comportamento mais favorável, enquanto os preços livres, sujeitos às variações de mercado, exerçam relativa pressão sobre os índices de inflação.

 

Selic (dados coletados até 08/02/2018)

A primeira reunião de 2018 do Comitê de Política Monetária do Banco Central (COPOM), realizada nos dias 6 e 7 de fevereiro, culminou com uma nova queda da taxa básica de juros da economia. Na ocasião, a SELIC foi reduzida em 0,25 pontos percentuais (p.p), passando de 7% para 6,75% ao ano, menor nível desde o início da série histórica do Banco Central. Segundo o Banco Central, a conjuntura econômica com expectativas de inflação ancoradas e o elevado grau de ociosidade da economia recomenda a continuidade da política monetária estimulativa.

 

SELIC.jpg

Fonte: Banco Central

 

A decisão do COPOM está baseada na percepção de que a economia brasileira tem mostrado sinais consistentes de recuperação, embora ainda com alto nível de ociosidade, tanto da capacidade produtiva quanto do mercado de trabalho. Além disso, segundo a instituição, a taxa de inflação tem evoluído de forma favorável e bem comportada, apesar dos riscos de frustração das expectativas em relação à continuidade das reformas e da possibilidade de reversão do cenário externo benigno. De acordo com o COPOM, novas reduções da SELIC estão condicionadas à evolução do cenário macroeconômico e do balanço de riscos.

 

Atividade Econômica (dados coletados até 31/01/2018)

A conjugação dos principais indicadores de atividade econômica, divulgados recentemente, sinaliza um cenário de estabilidade com tendência de retomada gradual. Neste contexto, o efeito defasado da queda da Selic sobre o crédito ofertado pelos bancos tem favorecido a renegociações de dívidas e abertura de margem para as famílias. Além disso, a melhora gradativa do mercado de trabalho e o cenário benigno para a inflação corroboram uma recuperação econômica a partir deste ano. Na mesma direção, a evolução dos indicadores qualitativos de confiança sustenta uma perspectiva favorável dos empresários e dos consumidores para os próximos meses.

 

Taxa de Desemprego

Segundo dados da PNAD Contínua do IBGE, a taxa de desemprego apresentou uma nova queda no trimestre encerrado em dezembro de 2017, passando de 12,43% para 11,78%. Pela primeira vez, desde o final de 2014, o desemprego diminuiu em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (-0,2 pontos percentuais). Todavia, o resultado ainda tem sido influenciado, principalmente, pelo avanço do emprego por conta própria e do emprego do setor privado sem carteira de trabalho assinada. Paralelamente, tem-se observado uma diminuição da contribuição negativa nos dados de emprego formal. 

 

Pib_taxa_desemprego_atualizacao.jpg

 

Crédito

Em 2017, o saldo das operações de crédito do sistema financeiro atingiu R$3,08 trilhões, apresentando retração de 0,6% em relação a 2016. Apesar da redução do volume de crédito no ano passado, a queda foi menor que a registrada em 2016, quando as operações tiveram declínio de 3,5%.

Embora em termos agregados o crédito tenha recuado, os dados do Banco Central mostram que as operações com pessoas físicas denotam um aumento de 5,6% em 2017. O crescimento das operações de crédito com pessoas físicas está diretamente relacionado à redução dos níveis de endividamento e comprometimento da renda das famílias, que apresentaram recuo de 1,0 e 1,9 pontos percentuais no ano, respectivamente. 

 

Endividamento_comprometimento_atualizacao.jpg

Fonte: Banco central

 

De acordo com o gráfico acima, pode-se notar que as famílias diminuíram a alavancagem. O endividamento das famílias atingiu seu ápice de 46,13% em setembro de 2015. Já no final de 2017, o percentual das famílias brasileiras endividadas caiu para 41,3%. Quanto ao comprometimento de renda, percentual que as famílias gastam da renda para o pagamento de dívidas, verifica-se uma estabilidade no período da crise econômica (2014-2017) em torno de 20%. Com a queda do endividamento das famílias, renegociação

Em 2017, uma das modalidades que registraram maior crescimento foram as concessões de crédito pessoal, que tiveram expansão de 19,5%, principalmente em função do aumento de 29% do crédito consignado. O Banco Central projeta um crescimento de 3% para o estoque de crédito em 2018, em função da recuperação gradual da economia e da redução do endividamento das famílias.

 

Fiscal

Em 2017, o déficit primário do governo central foi de R$ 124,4 bilhões, contra R$ 161,2 bilhões registrado em 2016. O resultado ficou abaixo da meta de R$ 159 bilhões, estabelecida pela Lei n° 13.480/17 para metas fiscais do Governo Central em 2017 e 2018 e foi influenciado pelo crescimento real de 2,5% das receitas líquidas e pela redução de 1,0% das despesas totais, rubricas que confrontadas perfazem o resultado primário.

 

resultado primario.jpg

Fonte: Tesouro Nacional

 

Apesar do resultado ter vindo abaixo da meta, o avanço do processo de reformas e de outros ajustes necessários no âmbito da gestão fiscal permanecem sendo fundamentais para reversão da trajetória ascendente da dívida pública, que em 2017 registrou crescimento de 14% em relação a 2016, totalizando um saldo de R$ 3,5 trilhões do estoque da dívida pública federal em poder do público.

 

Indice_Moodys_atualizacao.jpg

Fonte: Moody's

 

Vale destacar que o Brasil é um dos países que possuem uma matriz de gastos públicos das mais rígidas do mundo. O elevado nível de despesas obrigatórias representa um significativo entrave à capacidade de redução do déficit fiscal.

 

Expectativas de Mercado (dados coletados até 29/01/2018)

 

Quadro Focus_atualizacao.jpg

 

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