Investimentos

Cenários Econômicos

03/01/2018

Janeiro de 2018

O “Boletim Macroeconômico” é um relatório periódico que tem como objetivo informar aos participantes da Previ sobre os principais acontecimentos e atualizações referentes à conjuntura econômica. Nesse relatório também são expostas projeções realizadas pelo mercado, provenientes de fontes públicas.

 

Retrospectiva 2017

 

Retrospectiva.jpg

EUA – O ano se inicia com a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos. Pautado em um discurso nacionalista (America`s First) e com um ímpeto de realizar reformas, Trump aumentou a incerteza nos mercados globais. Ao longo do ano, a capacidade de colocar o seu discurso em prática esbarrou nas negociações com o congresso norte-americano, minimizando o risco de uma guinada brusca na economia, com efeito nas economias globais.

 

Crescimento Econômico - 2017 foi um ano de retomada. Após dois anos seguidos de recessão (8 trimestres consecutivos de queda, contabilizando uma perda acumulada de 7% do PIB), a taxa de crescimento voltou a apresentar números positivos. Se por um lado a recuperação da atividade segue distante do patamar pré-crise, por outro lado, a manutenção do crescimento por três trimestres e uma melhor resposta do consumo das famílias e investimentos indicam um cenário mais favorável para 2018.

 

Inflação e Política Monetária - Os preços apresentaram trajetória de forte queda ao longo do ano, refletindo os efeitos da recessão, do elevado nível desemprego e de choques favoráveis dos preços dos alimentos. Em setembro, O INPC teve crescimento acumulado em 12 meses de apenas 1,63%, seu valor mais baixo. A Política Monetária veio a reboque e a Selic atingiu 7,00%, a menor taxa de juros da série histórica, com possibilidade de cair ainda mais em 2018.

 

China - A economia chinesa começou o ano com o crescimento do PIB acima das expectativas, o resultado de 6,9% no primeiro trimestre diminuiu a aposta de uma queda abrupta esperada por parte do mercado. Em outubro, o novo plano quinquenal aprovado no Congresso do Partido Chinês, reforçou medidas com o objetivo de reduzir os riscos do crescente endividamento.

 

Reformas - As reformas estruturais prometidas pelo governo Temer avançaram, porém, foram freadas pelo agravamento da crise política. No fim de 2016, a base do governo mostrou força com a aprovação do “teto de gastos”, emenda que limitaram os gastos pela inflação do ano anterior. A reforma trabalhista veio em seguida, aprovada em julho, entrou em vigor em novembro. A partir de então o governo foi se enfraquecendo. As denúncias ameaçaram o governo seguidamente, que preferiu se defender a avançar na sua agenda reformista que culminaria na mais importante, a do sistema previdenciário. Em 2018, ano de eleições majoritárias, a dificuldade em aprovar a reforma de previdência deve se intensificar.

 

Atividade Econômica (dados coletados até 14/12/2017)

O PIB do terceiro trimestre de 2017, divulgado recentemente, confirmou que a economia brasileira está em um ciclo de recuperação. A continuidade desta recuperação em curso dependerá das condições do ambiente político e fiscal, incluindo os desdobramentos das reformas. Nesse período, o PIB apresentou crescimento de 0,1%, em relação ao trimestre anterior, ficando abaixo da expectativa do mercado, que era de um aumento de 0,3%. Contudo, a melhora disseminada dos componentes da demanda e da oferta foram mais significativos do que a variação do PIB agregado em si. Pelo lado da demanda, o consumo das famílias seguiu avançando, mesmo após terem cessados os efeitos dos saques dos recursos do FGTS.  Desta forma, pode-se concluir que o impulso do consumo adveio do aumento da renda real, seja pela queda da inflação e dos juros, seja pela melhora gradual do mercado de trabalho.

Em outubro, a taxa de desemprego atingiu 12,2%, contra 12,4% registrado em setembro. O mercado informal (empregados sem carteira assinada, trabalhadores domésticos e os trabalhadores por conta própria) tem sido determinante para esta queda.

Em 2018, espera-se que com o retorno gradual da demanda por produtos e serviços e o aumento da confiança dos empresários seja possível observar uma recuperação por meio dos empregos formais. Merece destaque o aumento de 1,6% dos investimentos (FBKF), em relação ao segundo trimestre do ano, tendo em vista que não apresentavam crescimento desde 2013. Este movimento foi apoiado pelo crescimento do consumo de máquinas e equipamentos. As importações no período também apresentaram expansão, configurando a melhora do consumo e dos investimentos. Já a contenção do consumo do governo tem refletido os esforços de contenção dos gastos públicos.

Pelo lado da Oferta (ótica da produção), os dados também foram favoráveis. Tanto o setor de serviços quanto a indústria colaboraram para o resultado positivo. Apesar do recuo de 3,0% da agropecuária, em relação ao trimestre anterior. Este resultado reflete o desempenho do setor no início do ano, que segue contribuindo, positivamente, para o PIB. Basta observar a expansão de 9,1% em relação ao terceiro trimestre de 2016.

 

Dados Acumulados

Ao compararmos o resultado acumulado até setembro de 2017 com o mesmo intervalo do ano de 2016, observa-se o progresso dos componentes do PIB. Em 2016, enquanto o consumo das famílias denotava uma queda de 4,8%, nesse mesmo período de 2017, apresenta um aumento de 0,4%. Observa-se, também, um “alívio” na queda dos investimentos. Além disso, o resultado das importações revela a melhora da demanda interna. 

PIB_demanda.jpg

Fonte: IBGE, elaborado por DIPLA/GEPOC

 

PIB_oferta.jpg

Fonte: IBGE, elaborado por DIPLA/GEPOC

 

Componente da demanda.jpg

Fonte: IBGE, elaborado por DIPLA/GEPOC

 

Inflação (Dados coletados até 14/12/2017)

- O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou um crescimento de 0,28% em novembro, abaixo das expectativas do mercado (0,38%).

- O grupo Alimentos e bebidas continua apresentando tendência de redução nos preços. Este grupo registrou deflação de 0,38%. 

- O grupo de Artigos de residência também manteve trajetória de queda, caindo 0,45% no mês. 

 

IPCA.jpg

Fonte: IBGE e Banco Central, elaborado pela PREVI 

 

Política Monetária (Dados coletados até 14/12/2017)

Ciclo de queda de juros está chegando ao fim. O Copom anunciou a redução da taxa básica de juros da economia de 7,5%a.a. para 7%a.a na reunião de dezembro de 2017. A queda de 0,50pp (décima seguida) veio em linha com as nossas projeções.

Na ata do COPOM, o Banco Central alerta para os riscos em relação a inflação esperada para o próximo ano. Por um lado, os preços dos alimentos podem continuar aliviando as pressões inflacionárias. Por outro lado, uma possível frustração das expectativas do mercado quanto aos ajustes fiscais pode elevar o risco-país e pressionar a trajetória do índice.  Além disso, o Banco Central sinalizou a continuidade do ciclo da queda dos juros numa magnitude moderada na próxima reunião da instituição, que ocorrerá em fevereiro de 2018. 

 

Selic.jpg

 

Expectativas de Mercado (dados coletados até 11/12/2017)

 

Focus.jpg

 

 

 

___________________________________

O presente boletim, de caráter informativo, foi produzido com base em dados publicamente divulgados. A PREVI não declara, tampouco garante, de forma expressa ou tácita, que tais dados sejam imparciais, precisos, completos ou corretos. Cenários, análises, projeções, prognósticos e estimativas com base em tais dados estão sujeitos a riscos e incertezas e podem ser, ainda, e a qualquer momento, prejudicados, desconsiderados e descartados, até mesmo como decorrência, por exemplo, de mudanças na conjuntura nacional e/ou internacional, divergências nos critérios e métodos interpretativos e/ou nos fatores de riscos sistêmicos e/ou associados a alterações geopolíticas, políticas, econômicas, sociais, legislativas ou regulatórias. Este boletim não deve, em nenhuma circunstância, ser considerado como indicação, orientação, recomendação ou fonte para tomada de decisões. Compete a cada leitor realizar pesquisas, estudos e análises devidas. Qualquer eventual decisão ou ação é de sua exclusiva responsabilidade, não podendo a PREVI, em nenhuma hipótese, ser de qualquer forma responsabilizada, inclusive, por qualquer perda ou dano, direto ou indireto. A PREVI não assume qualquer compromisso ou obrigação, inclusive de revisar, atualizar ou complementar este boletim. A reprodução, divulgação, distribuição ou compartilhamento não expressamente autorizado deste boletim,  ou de qualquer parte dele, sujeitará o infrator às penalidades legais.

PREVI - Diretoria de Planejamento