“A criança, a gente costuma dizer, é aquela que tudo pode. O velho é aquele que tudo sabe. No velho está a criança. Mas na criança ainda não está o velho. Ela tem de passar por cada estação para chegar lá”. Essa fala, do escritor e professor Daniel Munduruku, resume o respeito pelos idosos na cultura indígena. Eles são o que tudo sabem e que fazem a ligação entre o passado, presente e futuro. 

Em vez de ser encarada como um obstáculo, a idade deveria ser vista como oportunidade. Infelizmente, a voz da experiência nem sempre tem o respeito que merece. O etarismo, ou preconceito contra pessoas com base na sua idade, está cada vez mais comum. Nesta quinta-feira, 15/6, é o Dia Mundial de Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa. A data foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2011, com o objetivo de chamar a atenção para a existência de violações dos direitos dos idosos e divulgar formas de denunciá-las e combatê-las.

No Brasil, são considerados idosos as pessoas com mais de 60 anos. O Estatuto do Idoso prevê que “É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária”.  

Longevidade e qualidade de vida

Entre os 200 mil associados da Previ, 95 mil têm mais de 60 anos de idade. Desses, mais de 3 mil são funcionários da ativa. Equipes que têm mais diversidade e inclusão tem uma visão mais rica e holística. A diversidade abre espaço para novos pontos de vista, experiências e abordagens que favorecem a criação de novas soluções. Ter alguém com mais experiência na equipe é, portanto, um privilégio.

A expectativa de vida no Brasil está cada vez maior. Desde 1940 aumentou em mais de 30 anos, segundo o IBGE. As melhorias no atendimento médico, na alimentação e no acesso à informação, entre outros fatores, aumentam nossa sobrevida. De acordo com o instituto, ao nascer, uma mulher hoje tem expectativa de viver até os 80 anos, e os homens, até os 73 anos. 

Entre os participantes da Previ, a expectativa de vida é ainda mais alta que a brasileira. Isso acontece porque se trata de um grupo com melhor nível de renda, de qualidade de vida e acesso a melhores serviços de saúde do que a população do país em geral. No Plano 1, ela é de 89,7 anos para mulheres e de 86,2 para homens, enquanto no Previ Futuro é de 88,3 e de 83,3 para mulheres e homens, respectivamente.

Essa realidade faz aumentar o número de centenários entre aposentados e pensionistas da Entidade. Em 2010, havia apenas quatro pessoas com mais de cem anos. Atualmente, são 107 centenários (86 pensionistas e 21 aposentados), sendo que a maior idade de participante aposentado é de 106 anos e a de pensionista, de 111 anos.

Como combater o etarismo

Existem diversos tipos de violência contra idosos que devem ser combatidas. Física, psicológica, institucional, patrimonial, sexual e financeira. Para lutar contra o etarismo, é preciso que aconteça um processo de reeducação da sociedade. Mas também é importante denunciar abusos. Alguns dos canais disponíveis são o Disque 100 (canal dos Direitos Humanos) e o 190 (Polícia Militar para casos de risco evidente).

A ouvidoria da Previ também está sempre atenta e preparada para orientar tanto os funcionários da Entidade quanto os seus associados, da melhor forma possível. Para entrar em contato, acesse o site.