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Investimento responsável com valor mensurável

Encontro Previ de Governança Corporativa debate como critérios ambientais, sociais, de governança e integridade se aplicam aos investimentos

27/11/2020

 

Finanças e sustentabilidade são compatíveis? O 20º Encontro Previ de Governança Corporativa, realizado nos dias 24 e 25 de novembro pela primeira vez em formato on-line, mostrou que sim. Com o tema “Investimento Responsável com valor mensurável”, o evento debateu como os critérios ambientais, sociais, de governança e de integridade (ASGI) devem ser utilizados na tomada de decisão nos investimentos.

O presidente da Previ, José Maurício Pereira Coelho, deu as boas-vindas aos convidados do evento destacando a importância do investimento responsável. “Esse é um tema que está em pauta na Previ há muitos anos. Os critérios ambientais, sociais, de governança corporativa e integridade são aspectos do investimento responsável. Cabe aqui lembrar que a sigla ASG ganhou um I de integridade na Previ, para mostrar a ênfase dada ao tema dentro da Entidade. Sabemos que esses pilares são indissociáveis na busca pela sustentabilidade dos negócios. Sem eles, retorno no longo prazo não será maximizado. Esse é o caminho que deve ser trilhado para melhorar a rentabilidade do patrimônio e garantir a perenidade dos investimentos. O investimento responsável tem de ter valor mensurável com métricas objetivas. E, aqui na Previ, ajuda a Entidade a cumprir a sua missão, de pagar benefícios de forma eficiente, segura e sustentável”.

Na abertura do evento o presidente do Banco do Brasil, André Brandão, também falou sobre o papel do tema na conjuntura que estamos vivendo. “Investimento responsável é importante na sociedade. E essa agenda ficou ainda mais fortalecida por causa da pandemia. Os aspectos ambientais, sociais e de governança (ASG) estão aqui para ficar. A visão do aspecto social ficou ainda mais presente na vida de todos. Se antes o foco quando falávamos de ASG era basicamente a parte ambiental, sabemos agora que o social também tem um peso grande. Ele precisa ser incrementado e a pandemia está ajudando nessa aceleração”. 

Brandão ainda comentou como BB e Previ podem atuar nesse cenário. “As empresas que não estão ligadas a uma economia de baixo carbono vão ter dificuldades neste novo cenário. E podemos ajudá-las na transição do portfólio de alto carbono para baixo carbono”.

Em sua origem, o Encontro de Governança tinha como público apenas os conselheiros indicados pela Previ nas empresas em que participava. Com a evolução da governança corporativa, surgiu a necessidade de ampliar o público, incluir outros players do mercado: gestores de investimento e de empresas, representantes de órgãos reguladores etc. O objetivo não é trazer respostas, nem receitas, mas provocar o debate e, dessa forma, ajudar a evolução do mercado como um todo.

Na programação do Encontro estavam palestras e painéis com especialistas renomados, como Carlos Nobre, climatologista que atualmente é pesquisador colaborador do Instituto de Estudos Avançados da USP e do Instituto de Estudos Climáticos da UFES; Affonso Pastore, economista e sócio-fundador da A. C. Pastore & Associados; Marcio Correia, gestor da JGP Gestão de Recursos; Eduardo Flores, professor na FEA USP; Sonia Favaretto, presidente do Conselho Consultivo na GRI Brasil; Viviane Mansi, presidente na Fundação Toyota Brasil; Jaime Gornsztejn, diretor na Área Stewardship na Federated Hermes – International; e Rafael Castro, gerente executivo de Conformidade e Controles Internos da Previ. Confira a programação completa.

Alguns dos temas debatidos no Encontro foram como o desenvolvimento sustentável demanda uma mudança de cultura e o desafio de parametrizar e mensurar o investimento responsável, como explicou o diretor de Participações da Previ, Denísio Liberato. “Em nossas análises percebemos que o grande desafio atual é a identificação de métricas que permitam o monitoramento e o acompanhamento da implantação da cultura ASGI no ambiente de negócios e, especialmente, em cada um dos ativos. A Previ é uma investidora de longuíssimo prazo. Temos de pagar benefícios pelas próximas décadas. Precisamos de investimentos rentáveis, resilientes e que nos permitam pensar num futuro de tranquilidade para nossos associados. Estamos num momento de maturidade que nos permite afirmar: apenas a análise financeira clássica não é mais suficiente para demonstrar a resiliência de um ativo. É necessário que, conjuntamente, seja analisado como a empresa se relaciona com seus vários stakeholders: como ela se relaciona com seus funcionários e com a comunidade a seu redor; como o seu processo produtivo afeta o meio ambiente gerando externalidades, qual o grau de integridade e transparência empregam em seus processos internos”.

Para Izabel Gribel, conselheira fiscal suplente na Gerdau e uma das espectadoras do evento, participar do Encontro “reforça os conhecimentos, atualiza dados e informações importantes para trabalharmos para os resultados sustentáveis das empresas que têm participação da Previ”. Segundo a conselheira, conhecer mais sobre investimento responsável faz toda a diferença em seu trabalho. “É fundamental ter critérios claros e embasados para discernir ante as diferentes oportunidades, seus impactos e a sobrevida daquelas oportunidades. O resultado sustentável de uma empresa passa necessariamente pelas suas posturas ambientais, sociais e de governança”, disse.

“O 20º Encontro Previ de Governança Corporativa escolheu o tema mais apropriado para este momento”, explicou Vicente Rauber, conselheiro fiscal suplente na Itausa, que também assistiu ao evento. E complementou: “ASG hoje é tema imperativo. Teremos de encontrar as formas mais adequadas de realizar os respectivos investimentos, inclusive obtendo os valores mensuráveis correspondentes, complementando o que já está sendo feito”.

Candidatura ao PRI

A Previ foi uma das fundadoras dos Princípios para Investimento Responsável, uma iniciativa global construída pela ONU em 2006, que reúne 3,4 mil signatários pelo mundo com uma carteira de investimentos de mais de US$ 103 trilhões. Pioneira, a Entidade sempre reconheceu a importância da sustentabilidade e vê que os aspectos ASGI (ambientais, sociais, de governança e de integridade) são fundamentais para garantir o investimento responsável. Neste ano, Rafael Castro, gerente executivo de Conformidade e Controles Internos da Previ, é o candidato a uma vaga no board da organização na categoria Asset Owner.

Promover um ambiente sustentável de negócios é uma preocupação cada vez mais presente nas organizações. Por isso mesmo, a Previ busca um processo contínuo para aprimorar seus critérios ao investir, uma trajetória que vem se intensificando nas últimas duas décadas, para que todos possam trabalhar em prol de um círculo virtuoso, onde o investimento com propósito não gere apenas retorno financeiro, mas sustentabilidade e benefícios para a sociedade como um todo.

 

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