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Previ encerra sua participação na BRF

Venda das ações reforça estratégia de imunização do Plano 1. Valor, que totaliza R$ 1,9 bilhão, está sendo reinvestido integralmente em títulos públicos federais de longo prazo.

14/07/2025

Na sexta-feira, 11/7, a Previ concluiu o processo de desinvestimento do Plano 1 na BRF, encerrando um ciclo de mais de três décadas de participação no ativo. A decisão foi tomada em conformidade com a Política de Investimentos do plano, que orienta a realocação de ativos com base em critérios técnicos, priorizando a liquidez, a prudência e a aderência ao passivo do plano. Ou seja: o pagamento de benefícios dos associados.

As ações foram negociadas por valor superior ao oferecido aos minoritários no caso de exercício do direito de recesso, se a fusão entre BRF e Marfrig se concretizar. A operação representa uma decisão estratégica e bem-sucedida, que antecipa possíveis impactos negativos decorrentes da futura incorporação. A Previ entende que a relação de troca proposta na fusão não reflete adequadamente o valor da BRF, o que poderia resultar em perdas para os acionistas minoritários e, consequentemente, para os associados. Ao antecipar-se à efetivação da fusão, a Previ protege o patrimônio dos participantes e reafirma seu compromisso com decisões técnicas, fundamentadas e alinhadas aos melhores interesses do Plano 1.

Previ e BRF: um breve histórico

O investimento da Previ no ativo teve início em 1994, ainda antes da formação da BRF, por meio de participações nas companhias Sadia e Perdigão. A rentabilidade acumulada da BRF nos últimos dois anos foi de 120,30%, contra 14,62% do Ibovespa no mesmo período. O retorno histórico de longo prazo do investimento, fundamental para uma entidade previdenciária como a Previ que tem como foco o pagamento de benefícios, superou o Ibovespa em 83,52% e a meta atuarial em 16,05%. Esses números demonstram a eficácia da estratégia de investimento da Previ.

Ao longo dos anos, a BRF enfrentou desafios operacionais, mas também apresentou períodos de recuperação. Em 2024 registrou o melhor desempenho da sua história, com lucro líquido de R$ 3,7 bilhões e pagamento de R$ 1,1 bilhão em juros sobre capital próprio. No primeiro trimestre de 2025, o lucro líquido foi de R$ 1,2 bilhão, o dobro do mesmo período do ano anterior.

A venda integral da posição em BRF ocorre em um momento oportuno, diante do atual cenário macroeconômico internacional e incertezas quanto ao futuro da empresa, após a incorporação pela Marfrig. Além de maximizar os ganhos do investimento, o desinvestimento em BRF traz também mais segurança para o Plano 1 e, consequentemente, para todos os seus associados. Aproveitando o momento de juros elevados, o valor recebido pela venda das ações, que totaliza R$ 1,9 bilhão, está sendo revertido em compras de títulos públicos federais de longo prazo, como NTN-B, com taxa média de 7,45% mais IPCA até o momento, frente a um atuarial de 4,75%. Isso reforça o processo de equilíbrio entre a posição de renda variável e renda fixa em conformidade com o planejado na política de investimentos.

Decisão

Os investimentos em renda variável da Previ precisam cumprir uma função no portfólio, tanto pela valorização do ativo quanto pelo recebimento de dividendos. Nesse contexto, a anunciada fusão entre a BRF e a Marfrig introduz um cenário de grande incerteza quanto à retomada de uma política de proventos consistente, uma prática que já não era uma realidade para os acionistas da BRF nos últimos anos. A gigante do setor de alimentos, que suspendeu a distribuição de dividendos em 2016 em meio a um período de dificuldades financeiras, somente sinalizou um retorno aos pagamentos no final de 2024. No entanto, o histórico recente da BRF, marcado pela ausência de proventos por um longo período, gera ceticismo no mercado. Analistas e investidores ponderam se a nova empresa, que nascerá da união, terá fôlego financeiro e uma política definida para manter uma remuneração regular aos seus acionistas, ou se a prioridade será a captura de sinergias e a gestão da dívida, adiando mais uma vez a expectativa de um fluxo de dividendos previsível. Enquanto a Marfrig tem se mostrado uma pagadora de dividendos mais consistente nos últimos anos, as dúvidas sobre a governança, elevado endividamento e a estrutura final da companhia combinada adicionam uma camada de risco incompatível com o perfil do Plano 1.

A Previ realiza seus investimentos em estrita conformidade com sua Política de Investimentos, priorizando a segurança, a rentabilidade e a sustentabilidade de longo prazo dos recursos sob sua gestão. Dentro desse escopo, a alocação em ações ocupa posição de destaque, desde que os ativos atendam a critérios rigorosos de liquidez, regularidade na distribuição de proventos e solidez empresarial. A preferência recai sobre companhias de grande porte, com histórico consistente de desempenho e, sobretudo, com perspectivas concretas de crescimento sustentável, alinhadas aos objetivos estratégicos da entidade.

O processo que decidiu a venda de parte das ações da BRF teve fundamentação em diversas áreas da Previ, seguindo os ritos e instâncias previstos na governança de investimentos da Entidade. Análises assim são realizadas com apoio das áreas de risco, controladoria, jurídica e de participações. A decisão também contou com pareceres jurídicos e financeiros externos.

As decisões de investimentos e desinvestimentos são tomadas sempre em alçadas colegiadas. Neste caso, a Diretoria Executiva e o Conselho Deliberativo aprovaram a venda na B3. A Previ atua, prioritariamente, em mercados organizados, como a bolsa de valores, e cumpre rigorosamente todos os padrões legais e regulatórios aplicáveis a transações societárias.

A conclusão do desinvestimento na BRF é mais um exemplo de como a Previ atua com responsabilidade, visão de longo prazo e foco em sua missão, de garantir o pagamento de benefícios aos associados e seus familiares com segurança, sustentabilidade e eficiência. Todas as decisões de investimento são orientadas pelo propósito de cuidar do futuro das pessoas, assegurando que os recursos sejam geridos com prudência, transparência e compromisso com a perenidade dos planos. A Previ segue firme em sua trajetória, sempre colocando os interesses dos associados em primeiro lugar.

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