Painéis do segundo dia discutiram descarbonização, transição energética e eventos climáticos
07/08/2024
O segundo dia do Seminário de Investimentos, Governança e Aspectos Jurídicos da Previdência Complementar (SIGA) aprofundou a discussão sobre os desafios ambientais e climáticos que impactam a sociedade e as Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPCs).
No painel inicial desta quarta-feira (7), João Fukunaga, presidente da Previ, destacou o papel relevante da Entidade no desenvolvimento da economia e reafirmou o compromisso do segmento de fundos de pensão com o presente e com o futuro dos investimentos, sempre com foco na sustentabilidade que é entendida, cada vez mais, de forma ampliada.
“Sustentabilidade não se trata apenas de negócios. A Previ vem propondo, em diferentes fóruns, o debate sobre um novo modelo de previdência, que seja mais abrangente, que possa garantir não só a estabilidade financeira, mas a saúde física e mental das pessoas após a fase laboral. Estamos vivendo cada vez mais. E agora queremos viver melhor. Debater o futuro está no DNA de uma instituição como a Previ, cujo propósito é cuidar do futuro das pessoas”, salientou Fukunaga.
Os presidentes da Funcef, Valia, Petros e Postalis enriqueceram ainda mais a discussão, apresentando diferentes perspectivas sobre os desafios e oportunidades para o setor e a importância de um diálogo contínuo entre os diferentes atores do mercado.
Responsável por fomentar discussões sobre as práticas ASGI no segmento e nas empresas em que possui investimentos, a Previ dedicou um espaço especial, no segundo dia do SIGA, para a discussão sobre as questões ambientais e de sustentabilidade. Os painéis abordaram as implicações desses temas na sociedade, no cenário macroeconômico e nos investimentos das EFPCs.
Em um deles, centrado em descarbonização, Elias Jabbour, consultor da presidência do Banco dos BRICS, destacou o avanço da China nessa questão, com incentivo e participação relevante do estado. “A transição energética não vai ser obra de uma empresa ou de um grupo de pessoas, deve ser vista como parte de um grande projeto nacional de desenvolvimento”, explicou.
“O crédito voltado para indústrias relacionadas à cadeia de transição energética subiu de quase zero para 30%. É o maior projeto de mudança estrutural da economia o que estamos vendo na China hoje”, completou Jabbour, apontando a geração de emprego e renda dessa nova dinâmica produtiva.
Em outro painel, que abordou eventos climáticos, Solange Ribeiro, vice-presidente da Neoenergia e Vice-Chair do Pacto Global da ONU, defendeu investimentos para frear a mudança do clima, um cenário que já está em curso. “A gente precisa rever a forma de investir, de emprestar dinheiro. A gente vai ter que sair da caixinha para buscar essa questão. A gente está falando de investir U$ 4 trilhões até 2050. Para isso, a gente precisa de segurança jurídica, de um sinal econômico adequado para o investimento e de capital disponível”, afirmou.
Ribeiro destacou ainda que a questão do clima está muito ligada à transição energética. “A emergência climática é uma realidade e a forma mais eficiente de descarbonizar o planeta é transformando a energia fóssil em energia elétrica renovável. Isso não é só para o Brasil, é para o mundo”, salientou.
Debatendo sobre o futuro do petróleo no contexto de mudança da matriz energética, Fernando de Rizzo, CEO da Tupy, e Ernesto Pousada, CEO da Vibra, apontaram os investimentos que as duas companhias estão fazendo em combustíveis renováveis. “Nós mantemos o maior laboratório para pesquisa e desenvolvimento de motores de biocombustível da América Latina”, lembrou De Rizzo.
Ernesto Pousada, da Vibra, explicou que os combustíveis fósseis também financiam os projetos de transição energética. “Nós só vamos conseguir fazer a transição energética da Vibra, do país, e do mundo se a gente gerar resultado para nosso negócio”, explicou, apontando diversos investimentos recentes da companhia neste sentido.
O atual cenário macroeconômico e geopolítico, estratégias de investimento e a busca de performance para os planos também foram debatidos no segundo dia do SIGA. Assim como a gestão de riscos na previdência complementar.
Alcinei Rodrigues, diretor de Normas da Previc, destacou que esse é um processo permanente. “Gestão de risco é um processo permanente para as fundações, mas também para a supervisão. A supervisão tem que se atualizar, rever suas práticas, se aperfeiçoar”, enfatizou Rodrigues, destacando a importância de o regulador “se aproximar das fundações no sentido de mudar o patamar de relacionamento, visando sempre mais segurança para os participantes”.
O encerramento das atividades desta quarta-feira ficou por conta do economista Luiz Gonzaga Belluzo, que abordou a questão de dólar e juros, em painel com mediação de Cláudio Gonçalves, diretor de Investimentos da Previ.
O segundo dia do SIGA 2024 trouxe diferentes perspectivas sobre os desafios e oportunidades que as EFPCs enfrentam em um mundo em transição. Os painéis de amanhã, 8/8, aprofundam esse debate, tratando de aspectos sociais e inovação. Para conferir toda a programação, acesse o site do evento.
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