Gustavo Pimenta, CFO da Vale, e a deputada Erika Hilton (Psol/SP) participaram. O SIGA termina nesta sexta-feira, 9/8.

O penúltimo dia do Seminário de Investimentos, Governança e Aspectos Jurídicos da Previdência Complementar, o SIGA, abordou os aspectos sociais e de inovação, com assuntos da atualidade que fazem parte da rotina das empresas e também das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPCs): diversidade, equidade, inclusão e também ações de ASGI.

Ao longo da quinta-feira, 8/8, diferentes painéis reuniram especialistas nesses temas na Marina da Glória, Rio de Janeiro. A deputada federal Erika Hilton (Psol/SP) foi uma das palestrantes e defendeu a importância de uma mudança na sociedade, e não só nas leis, para fortalecer a inclusão de mulheres, negros e a comunidade LGBTQIA+.

“Não conseguimos transformar esses números impactantes apenas criando legislações. Não adianta ter apenas a lei, é preciso educar, conscientizar e mudar essa cultura da intolerância que permeia os espaços com naturalidade. Cabe à sociedade, incluindo empresas, ser agente transformador”, disse. A deputada também reforçou que esse enfrentamento não pode ser uma pauta da esquerda ou da direita. “É uma agenda de cidadania”, enfatizou.

Raphael Vicente, diretor-geral da Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial (IEIR) também participou do painel e mostrou o trabalho desenvolvido junto à grandes empresas para fortalecer a equidade racial. “Hoje as maiores empresas do Brasil utilizam essa ferramenta”. Para ele, as EFPCs, investidoras com participação em conselhos importantes, têm um papel fundamental neste processo. “Vocês (fundos de pensão) que têm a caneta na mão e podem chamar das empresas a responsabilidade”, disse. “É uma grande vantagem competitiva”, diz Gustavo Pimenta, CFO da Vale, sobre sustentabilidade.

Já outro painel abordou a importância da transparência nos reportes de ASGI nas companhias. A sigla, que trata das boas pra¿ticas de responsabilidade ambiental, social, de governança e de integridade, se tornou um dos pré-requisitos para a Previ aportar investimentos em alguma empresa.

Palestrantes defenderam a importância de mostrar para a sociedade, clientes e investidores, o trabalho realizado na área da sustentabilidade. Para Gustavo Pimenta, CFO da Vale, o fato da mineradora ter sido a primeira empresa brasileira a adotar o padrão internacional emitido pelo International Sustainability Standards Board (ISSB) para medir esses números e firmar compromissos ambientais, mostra como ela leva a sério o assunto.

“Estamos muito longe de onde o setor pode chegar, nossa missão é muito maior, mas nossa jornada começa a surtir efeito com reconhecimento externo. Estamos sempre buscando melhorar”, disse. Ele também afirmou que, conforme a Vale evolui nessas práticas e transparência, mais investidores se aproximam.

Na mesma linha, Gilmar Wanderley, head de Participações, Parcerias Estratégicas e M&A no Banco do Brasil também enfatizou que investir em ASGI vai fortalecer ainda mais as empresas ou instituições no mercado. “Eu tenho certeza que o tema sustentabilidade é fundamental para gerar valor no longo prazo”.

Longevidade e novas tecnologias nas EFPCs

Dois temas que parecem distintos, mas estão conectados também fizeram parte do terceiro dia do SIGA. Como as EFPCs pode lidar melhor com a longevidade, do ponto de vista financeiro e social, e como tecnologias como I.A. podem ajudar nessa relação. Os palestrantes concordaram que esse é um desafio do mundo já que as pessoas estão vivendo cada vez mais e quase sempre com mais qualidade de vida.

Andrea Vanzillotta, coordenadora do Comitê Técnico de Previdência Fechada do IBA, aponta que as entidades pagadoras de benefícios precisam estar preparadas, pois o tempo de pagamento de benefícios também está crescendo conforme a longevidade. “Vale tanto para o INSS quando para os fundos de pensão”.

No debate sobre tecnologia e as novas tendências, Luis Mangi, vice-presidente do Gartner apontou que a tecnologia pode ajudar a melhorar a qualidade de vida, lembrando como as ferramentas facilitam o dia a dia e podem servir até mesmo para cuidar melhor da saúde.

SIGA 2024 encerra nesta sexta-feira, 9/8

O penúltimo dia contou ainda com um painel da jornalista Natuza Nery, da Globo, que abordou o papel do jornalismo no combate à desinformação. Ela trouxe relatos de como as fake news não atingem somente a política, mas também grandes empresas trazendo prejuízos enormes. “Enquanto no Brasil a gente achar que fake news é um problema da política e da imprensa, todo mundo vai ser atingido em maior ou menor grau.”, disse. O encerramento ficou por conta do diretor de Relacionamento com o Mercado Financeiro na Livelo, Jota Erre, que falou sobre tendências de consumo e oportunidades para diferentes negócios.

O último dia do SIGA é na sexta-feira 9/8, com encerramento às 12h. Confira a programação completa:

Painel: Relacionamento e aproximação para gerar confiança numa relação de longo prazo
Palestrantes: Wagner Nascimento (Previ), Marco Aurelio Viana (Petros) e Marcelo Alves, (Fapes) e Antonieta Gontijo (Petrobras)

Painel: Integridade e Melhores Prática
Palestrantes: Lilian Marques (Cade), Daniela Gamboa (SulAmerica Investimentos) Marcel Barros (Anapar) e Rafael Castro (Nasto)

Painel:Governança: avanços recentes no mercado brasileiro
Palestrantes: Flavia Mouta (B3), Edna Holanda (ACE Governance) e Agnes Blanco (Sodali & Co) e Adriana Chagastelles (Previ).

Painel de encerramento: Alexandre Padilha, Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Relações Institucionais

Quem faz o SIGA

O SIGA é realizado pelos principais fundos de pensão do país, com organização da Previ - Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil -, da Petros - Fundação Petrobras de Seguridade Social -, da Funcef - Fundação dos Economiários Federais -, da Valia - Fundação Vale do Rio Doce de Seguridade Social, da Postalis - Instituto de Seguridade Social dos Correios e Telegrafos e da Fapes - Fundação de Assistência e Previdência Social do BNDES.

Apoiam institucionalmente o SIGA a Anapar (Associação Nacional dos Participantes de Fundos de Pensão e dos Beneficiários de Saúde Suplementar de Autogestão), a Abrapp (Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar) e a Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar).