Plano 1 fechou 2024 com déficit de R$ 3,16 bilhões, mas mantém a solidez e capacidade de pagamento de benefícios. Previ Futuro alcançou R$ 34,6 bilhões em ativos.
A Previ, maior fundo de pensão do país, divulga nesta quinta-feira, 13/3, o resultado de seus planos de benefícios em 2024. O Plano 1, o maior da entidade com cerca de R$ 240 bilhões em patrimônio, encerrou o ano desafiador com um déficit de R$ 3,16 bilhões. Porém, demonstrando a robustez da estratégia e o equilíbrio do plano, o mês de janeiro já fechou com um resultado positivo de R$ 1,3 bilhão.
A oscilação de mercado e o consequente impacto nos investimentos fizeram com que a Previ consumisse o superávit de 2023 no valor de R$ 14,5 bilhões, mas o Plano 1 segue sólido e cumprindo sua principal missão: garantir o pagamento de benefícios aos seus mais de 106 mil associados, dos quais 97% são aposentados ou pensionistas. Vale ressaltar que esse tipo de oscilação é comum e conjuntural no mercado financeiro brasileiro, mas a estratégia da Previ foca no longo prazo.
A principal contribuição para o baixo desempenho do Plano 1 veio do segmento de renda variável, a carteira que apresentou menor rentabilidade, com – 12,02% em 2024. O segmento de investimento no exterior se destacou no ano, com rentabilidade de 40,4%. O presidente da Previ, João Fukunaga, explica: “É sempre importante avaliar esses números sob uma ótica de longo prazo e não um retrato exclusivo do ano corrente. Assim, podemos verificar tanto a importância da estratégia de imunização como da construção dos colchões de segurança, como o de 2023, em períodos de valorização do portfólio, representados por resultados superavitários que constituem reserva de contingência. Essa conjunção permite que o plano atravesse, com tranquilidade, os ciclos mais voláteis, garantindo sua solidez e sua sustentabilidade.”
Para Cláudio Gonçalves, diretor de investimentos da Previ, o resultado de 2024 reforça a solidez e governança da Previ: “O resultado de 2024 é reflexo do que ocorreu no mercado, em especial de renda variável, mas as análises de cenário mostram que este ano será menos desafiador. O mais importante é que a estratégia que vem sendo executada está bem sedimentada e os planos da Previ se encontram em equilíbrio. Mesmo diante de um resultado abaixo do esperado pela meta atuarial, é sempre bom lembrar que a Previ tem uma política de caixa mínimo, que mantém recursos líquidos necessários para garantir o pagamento de benefícios, sem a necessidade de venda de ativos. Temos empresas que são boas pagadoras de dividendos. Em 2024, por exemplo, o plano desembolsou um montante recorde de R$ 16,5 bilhões em benefícios. E esse compromisso foi honrado sem a necessidade de vender nenhum ativo depreciado.”
Imunização do Passivo – Plano 1
Num passado recente, o Plano 1 tinha alta concentração em renda variável, que chegou a 70% da carteira nos anos 2000. Isso possibilitou a formação do patrimônio bilionário do plano e a distribuição de superávits aos associados entre 2006 e 2013, que somam mais de R$ 45 bilhões em valores atuais. Agora, com quase todos associados em gozo de aposentadoria ou pensão, a estratégia é garantir o pagamento dos benefícios. Para isso, em 2012, o Plano 1 iniciou a “imunização do passivo”, que reduz a exposição em renda variável e aumenta em renda fixa, invertendo a proporção desses ativos na carteira de investimentos. Somente em 2024, a Previ adquiriu mais de R$ 12 bilhões de títulos NTN-B, com taxas de juros superiores à meta atuarial – parâmetro de rentabilidade mínima de rendimentos do plano. Esses investimentos protegem os ativos da inflação e pagam juros semestralmente, colaborando com o fluxo de caixa.
Uma boa parte dos ativos está na carteira da Previ desde os anos 1990. É o caso de Vale, BRF, Petrobras, Itaú, Neoenergia, entre outros. Uma eventual desvalorização faz parte da dinâmica do mercado e não compromete a sustentabilidade dos planos. Essas empresas já garantiram ótimas rentabilidades para o plano no passado, além de pagarem até hoje excelentes dividendos.
Nos últimos cinco anos, foram realizadas vendas líquidas em renda variável no montante de R$ 39 bilhões. A Previ comprou R$ 72 bilhões em NTN-B para os investimentos do Plano 1. A carteira de títulos públicos federais marcados até o vencimento saltou de R$ 52 bilhões em 2020 para R$115 bilhões ao fim de 2024, demonstrando consistência em investir em ativos orientados pelo passivo ao longo dos últimos anos.
Previ Futuro
“Diferentemente do Plano 1, o Previ Futuro está em fase de acumulação de reservas para os benefícios futuros de seus participantes. A gestão de seus investimentos enfrenta o desafio de equilibrar a busca por rentabilidade com a necessidade de manter liquidez para atender a possíveis resgates e portabilidades”, destaca Paula Goto, diretora de planejamento da entidade.
O Previ Futuro encerrou 2024 com rentabilidade de -0,20%, impactado pelo cenário econômico adverso, que trouxe forte volatilidade aos investimentos. Mesmo com esse desempenho no curto prazo, o plano segue sólido, com um patrimônio recorde de R$ 34,6 bilhões em ativos sob gestão, um crescimento patrimonial de aproximadamente R$ 1,8 bilhão no período, e mais de 86 mil participantes, a maioria funcionários da ativa.
Como gestora de reservas previdenciárias, a Previ pensa no longo prazo. A carteira de investimentos é montada para atravessar uma jornada de muitos anos, até a aposentadoria. E essa estratégia é comprovada em números: a rentabilidade de todos os perfis de investimento do Previ Futuro nos últimos 36 meses é maior do que a dos pares de mercado.
Diante da atual conjuntura de mercado, o momento de taxa de juros elevada está sendo aproveitado para proporcionar menos volatilidade para o perfil conservador, com a compra de NTN-Bs de prazo mais curto e pós-fixados. Esse movimento é para garantir rendimentos maiores por um período mais longo de tempo. Esse trabalho tem como objetivo melhorar a rentabilidade média da carteira de renda fixa e proteger o patrimônio dos associados da inflação, criando uma riqueza geracional.
Em 2024, foi realizada uma mudança estrutural no Previ Futuro, que permitirá mais eficiência na gestão dos investimentos dos perfis, que poderão ser ainda mais personalizados aos associados, possibilitando que os investimentos sejam realizados de acordo com o perfil de risco escolhido pelo associado. Essa mudança também permitirá a criação de um novo perfil mais conservador, com baixa volatilidade, que em breve será divulgado.
A Previ reafirma seu compromisso com a transparência e a segurança dos seus associados, mantendo uma gestão responsável e focada na sustentabilidade. “Seguimos firmes trabalhando para garantir proteção e tranquilidade aos nossos associados e suas famílias. Com mais de 120 anos de história, a Previ continua sendo referência em previdência complementar no Brasil”, conclui Paula.