No SIGA, presidente da Previ defende nova regulamentação que dê segurança jurídica aos investimentos

O Seminário segue debatendo estratégias de investimentos para as EFPCs. Último dia do evento é na sexta, 9/8.

 

Os Fundos de Investimento em Participação (FIPs) foi um dos assuntos debatidos no segundo dia do Seminário de Investimentos, Governança e Aspectos Jurídicos da Previdência Complementar, o SIGA, que está sendo realizado na Marina da Glória, no Rio de Janeiro. Vedados desde 2011 na Previ, a retomada dessas aplicações é vista com muita cautela pelo presidente João Fukunaga.

Durante painel inicial de quarta-feira (7), ele defendeu uma nova regulamentação que proporcione mais segurança jurídica para que as Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPCs) analisem o retorno desses tipos de investimento, reforçando a necessidade de se debater uma regulamentação que proteja o setor. 

“Estamos convocando os fundos e as entidades representativas como Anapar e Abrapp  para discutir, em um fórum, o que nós queremos de arcabouço junto com a CVM. Queremos segurança jurídica para esses investimentos, mas para isso precisamos de uma nova legislação”, defendeu.                      

Fukunaga destacou também como a opção de investimentos em FIPs é voltada para perfis específicos, como os com maior apetite de risco que existem nos planos de contribuição variável do Previ Futuro. “Em um plano de benefício definido, como o Plano 1, que já está maduro, estamos dando continuidade ao trabalho de imunização para proporcionar ainda mais estabilidade. Queremos que o Plano 1 seja cada vez menos afetado pela volatilidade do mercado”, explicou. O presidente da Previ também falou sobre a necessidade de ter mais segurança jurídica para outros tipos de investimento, como os contratos voltados para a infraestrutura.

Especialistas e executivos debateram descarbonização, transição energética e mudanças climáticas

Responsável por fomentar cada vez mais discussões sobre as práticas de ESG nas grandes empresas, principalmente naquelas onde possui investimentos, a Previ promoveu diversos painéis para debater questões ambientais e de sustentabilidade no segundo dia do SIGA. 

Em um deles, com foco na descarbonização, Elias Jabbour, consultor do BRICS, falou sobre o trabalho que a China vem desenvolvendo para avançar nessa questão, defendendo a participação do estado neste incentivo, que deve ser vista como uma questão econômica também. “A descarbonização não é uma questão moral. A transição energética não vai ser obra de uma empresa ou de um grupo de pessoas, deve ser vista como parte de um grande projeto nacional de desenvolvimento”, explicou apontando o aumento na geração de emprego e renda.

As mudanças climáticas também foram debatidas com foco especial na tragédia das enchentes que atingiu o Rio Grande do Sul. Solange Ribeiro, vice-presidente da Neoenergia e Vice-Chair do Pacto Global da ONU, defendeu investimentos para frear e diminuir os riscos de um cenário que já está em curso. “A emergência climática é uma realidade e a forma mais eficiente de descarbonizar o planeta é transformando a energia fóssil em energia elétrica renovável. Isso não é só para o Brasil, é para o mundo”, disse.

Na mesma linha, Fernando de Rizzo, CEO da Tupy, e Ernesto Pousada, CEO da Vibra, apontaram os investimentos que as duas companhias estão fazendo em combustíveis renováveis. “Nós mantemos o maior laboratório para pesquisa e desenvolvimento de motores de biocombustível da América Latina”, lembrou De Rizzo, que aproveitou para cobrar uma “legislação que ampare tudo isso”. 

Ernesto Pousada, da Vibra, explicou que apesar dos problemas, são os combustíveis fósseis que financiam os projetos de transição energética. “Nós só vamos conseguir fazer a transição energética da Vibra, do país, e do mundo se a gente gerar resultado para nosso negócio”, explicou apontando diversos investimentos recentes da companhia neste sentido.

“Já enviamos uma minuta para o CMN para alguns ativos estratégicos”, diz diretor da Previc em painel sobre estratégias de investimentos nas EFPCs

Gestores dos fundos de pensão e entidades do setor também trocaram experiências sobre estratégias de aplicações levando em consideração os riscos de cada investimento. Henrique Araújo, executivo de Mercado de Capitais na Previ, explicou como o fundo analisa o cenário para Benefício Definido (BD) e Contribuição Variável (CV). 

“A gente sempre fica sempre de olho nas oportunidades, seja de investimentos ou desinvestimentos. A gente tem uma filosofia de investimentos específica para o plano BD, com empresas de resultados a longo prazo. Já no CV o jogo muda completamente”.

Já Alcinei Rodrigues, diretor de Normas da Previc, explicou que o órgão atua para dar mais liberdade para que as EFPCs possam fazer investimentos variados. “Estamos querendo criar um ambiente em que vocês (fundos de pensão) tenham cardápio. Já enviamos uma minuta para o Conselho Monetário Nacional (CMN) para alguns ativos estratégicos. A Previc tem que garantir o direito e o regramento para poderem fazer isso com confiança. Quem vai decidir onde vai ser aplicada são vocês.”

O atual cenário macroeconômico e geopolítico para investimentos também foi tema de um dos painéis do SIGA. Apesar das guerras e da polarização cada vez maior, Luís Henrique Guimarães, conselheiro de Administração da Cosan vê com otimismo as oportunidades que se apresentam para o Brasil. “Temos um cenário favorável para garantir segurança energética e alimentar”, apontou. 

Já Bernardo Macedo, da LCA Consultoria, fez críticas à atual taxa de juros que acaba prejudicando o crescimento do país e, consequentemente, de grandes companhias que poderiam impulsionar a economia. “Nossos juros são muito altos, nenhum argumento técnico sustenta”, criticou. 

O encerramento da programação do SIGA desta quarta-feira ficou por conta do professor de Economia da Unicamp, Luiz Gonzaga Belluzo, que abordou a questão de dólar e juros com mediação de Cláudio Gonçalves, diretor de Investimentos da Previ. 

Painéis e palestrantes na programação de quinta-feira (8) do SIGA 2024

Nesta quinta-feira (8), o SIGA irá promover debates sobre inovação, transparência, diversidade e tendências do mercado consumidor. Confira a programação completa do terceiro dia:

Painel: Um palco de oportunidades onde você é o protagonista da Inovação

Palestrante: Marco Zanqueta, consultor em Inovação e Motivação, palestrante e mágico

Painel: Economia da longevidade

Palestrantes: Celso Ienaga,  Vagner Lacerda (ABRACS/IBEF), Andrea Vanzillotta (IBA), e Victor Sodré (Previ)

Painel: Inovação e Megatendências

Palestrantes: Luis Mangi (Gartner), Maurilio Marques Junior (Banco do Brasil), Rodrigo Tavares (Previ), Sumaia Aboud (Previ).

Painel: Políticas de diversidade, equidade e inclusão

Palestrantes: Erika Hilton (deputada federal), Raphael Vicente (IEIR), Caroline Albanesi (Amigos do Bem), Thiago Costa (Banco do Brasil), e Paulo Gosto (Previ).

Painel: Transparência e Reporte ASGI
Palestrantes: Gustavo Pimenta (VALE), Vânia Borgeth (BNDES), Regiane Abreu (CBARI), Gilmar Wanderley (Banco do Brasil), e Regiane Abreu (CBARI)

Painel: O papel do jornalismo no combate à desinformação
Palestrante: Natuza Nery (Globo)

Painel: Tendências e Comportamento de Consumo
Palestrante: Jotarre (Livelo)

Quem faz o SIGA

O SIGA é realizado pelos principais fundos de pensão do país, com organização da Previ - Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil -, da Petros - Fundação Petrobras de Seguridade Social -, da Funcef - Fundação dos Economiários Federais -, da Valia - Fundação Vale do Rio Doce de Seguridade Social, da Postalis - Instituto de Seguridade Social dos Correios e Telégrafos e da Fapes - Fundação de Assistência e Previdência Social do BNDES.

Apoiam institucionalmente o SIGA a Anapar (Associação Nacional dos Participantes de Fundos de Pensão e dos Beneficiários de Saúde Suplementar de Autogestão), a Abrapp (Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar) e a Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar).

 

 

 

 

Ícone WhatsApp
Me chamo Previx, seu assistente virtual.